terça-feira, janeiro 27, 2009

Sobre as santas



Quem gosta de mulher santa? Eu não.
Não se trata de uma reflexão baseada unicamente (!) em perversão. Eu só acho que gente santa é uma farsa.
Talvez em outro momento eu decida discutir a questão da igreja, da fé, ou ainda a questão do altruísmo (essa coisa que na realidade não existe...). Hoje só vou comentar sobre as santas. Mais precisamente sobre Santa Teresa.
A história é a seguinte: em Roma existe uma igreja chamada Santa Maria della Vittoria, onde está a famosa estátua do Êxtase de Santa Teresa. O próprio título da estátua é sugestivo e você já chega na igreja pensando sacanagem. Mas é a partir do momento que você vê a estátua que o estrago está feito. Independentemente do tamanho da sua fé, grandes são as chances de você pensar “aí tem coisa...”
Efetivamente, à primeira vista já é possível constatar que nossa amiga Teresa está tendo um daqueles orgasmos destruidores. Boca semi-aberta, olhos semi-serrados, aquela posição meio curvada com o peito estufado para frente e a expressão de “missão cumprida” não deixam dúvidas. Em seguida você se dá conta de que uma das mãos da sujeita está escondida enquanto a outra está com os dedos meio curvados para cima. A grande sacada do escultor (Bernini) está em transferir o foco ao anjo que está a lhe abalroar com flechas.
Esperta, nossa amiga Teresa tratou de pôr a culpa no Senhor e com isso lhe foi concedida carta branca para prosseguir em suas ruidosas investidas noturnas rumo ao êxtase.
Transcrevo parte de seu relato:
"...Vi que trazia nas mãos um comprido dardo de ouro, em cuja ponta de ferro julguei que havia um pouco de fogo. Eu tinha a impressão de que ele me perfurava o coração com o dardo algumas vezes, atingindo-me as entranhas. Quando o tirava, parecia-me que as entranhas eram retiradas, e eu ficava toda abrasada num imenso amor de Deus. A dor era tão grande que eu soltava gemidos, e era tão excessiva a suavidade produzida que essa dor imensa que a alma não desejava que tivesse fim nem se contentava senão com a presença de Deus. Não se trata de dor corporal; é espiritual, se bem que o corpo também participe, às vezes muito. É um contato tão suave entre a alma e Deus que suplico à Sua bondade que dê essa experiência a quem pensar que minto..."
Sinceramente, Madonna em “Like a Prayer” conseguiu ser mais ambígua nas figuras de linguagem.
Gostei de ver, Santa Teresa. Sob marcação cerrada das freiras, sob a pressão dos costumes da época, ela conseguiu tirar duplo proveito da situação, usando como alavanca para a sua ascensão política ninguém menos do que seu mais provável algoz. Um verdadeiro exemplo para as nossas atuais santas do pau oco que de tanto negar o crime, vão acabar queimando... o filme!

Eu (não) dedico este post à Sandy e Britney Spears.

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